O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais seis meses as investigações do inquérito das "fake news" e determinou o depoimento de mais 20 pessoas.
Em comunicado à imprensa, o STF disse que a decisão tem "a finalidade de finalizar as investigações sobre a comprovação da existência, o financiamento e modus operandi" do chamado “gabinete do ódio”, estrutura que teria sido montada durante o governo Jair Bolsonaro (PL) para atacar adversários e espalhar desinformação.
Além das novas oitivas, esse período também será usado para a "complementação da análise das informações obtidas mediante a quebra de sigilo fiscal e bancário e o término das diversas diligências em andamento na Polícia Federal".
O inquérito foi aberto em março de 2019, por determinação do então presidente do STF, ministro Dias Toffoli. Na época, a investigação foi instaurada sem um pedido formal do Ministério Público ou da Polícia Federal, o que gerou controvérsias sobre sua legalidade.
Nos últimos tempos, ministros da Corte passaram a defender que o inquérito deveria ser encerrado, para que o país pudesse voltar à uma normalidade institucional. O avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, porém, mudou esse cenário.
O "gabinete do ódio" é mencionado no relatório da Polícia Federal, que indiciou Bolsonaro e outras 39 pessoas, entre elas o general Walter Braga Netto, preso no último sábado (14).
Um dos indiciados é Tércio Arnaud, apontado na como um dos responsáveis pela disseminação de notícias falsas. Ele foi assessor especial da Presidência e teria fornecido material para os ataques às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral.