O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou a aliados que acionará a partir de segunda-feira o “modo turbo” para garantir a aprovação do principal projeto de regulamentação da reforma tributária, do pacote fiscal enviado pelo governo ao Legislativo e do Orçamento na semana que vem.
O alagoano já convocou sessão para segunda-feira, às 17h, e espera que reuniões e conversas à distância ao longo do fim de semana destravem a tramitação de todas as proposições.
Diante da disposição em entregar a aprovação das medidas, Lira cancelou desde ontem a realização das sessões das comissões temáticas, com o objetivo de ter a força total dos parlamentares concentrada no plenário da Casa.
Membros do grupo de trabalho da regulamentação da reforma se reunirão na noite de domingo para levantar as mudanças feitas no Senado e encaminhar a elaboração do relatório que será apresentado e apreciado no plenário da Casa.
Um novo texto deve ser produzido, apresentado a Lira e aos líderes partidários. A ideia é colocá-lo em análise, no pior dos cenários, na terça-feira.
Lira trabalha com a expectativa de que os relatórios dos projetos do pacote de corte de gastos tenham pelo menos uma primeira versão no início da semana.
A partir dessa entrega, os partidos poderão fazer suas sugestões por ajustes para que as matérias sejam apreciadas ao longo da semana.
Há a leitura de que a liberação de R$ 1,7 bilhão em emendas, feita ontem pelo Executivo, ajude a melhorar o ambiente político para o avanço das propostas.
Nos bastidores, líderes reconhecem que outras iniciativas, como o eventual aceno para uma reforma ministerial no ano que vem que contemple melhor as legendas de centro, podem sustentar a disposição dos deputados de entregarem a aprovação dos projetos.
Um interlocutor de Lira aponta que o presidente da Câmara quer encerrar o ano legislativo com a aprovação dessas medidas por considerar que elas fortaleceriam o seu legado à frente do posto.
Seria o “gran finale” de sua passagem pelo principal cargo da Câmara. Ele deixa a função em fevereiro, quando deve ser sucedido por seu aliado, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que contou com o apoio do alagoano na empreitada.