O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, se disse "inconformado" por ter sido convocado a participar de uma audiência na Comissão de Segurança da Câmara, nesta terça-feira (3). Segundo Lewandowski, se ele tivesse sido convidado teria ido "imediatamente dentro da disponibilidade das nossas respectivas pautas". Houve mais de 20 requerimentos pedindo a presença de Lewandowski na comissão.
"Sempre fiz tudo para prestigiá-los e vossa excelência sabe, presidente, que as portas do meu ministério estão sempre abertas para cada deputado em particular e para a comissão como um todo", complementou o titular da Justiça e Segurança Pública ao presidente da Comissão, deputado Alberto Fraga (PL-DF).
O ministro disse, ainda, que sua disposição ao diálogo resultou, após diversas tratativas com parlamentares, no envio, na segunda-feira (2), a ministérios de uma proposta de reforma no decreto das armas. O texto prevê, por exemplo, a certificação dos colecionadores, a habitualidade, a retirada dos rifles 22 da categoria de armas de uso restrito, dentre outros.
O deputado Alberto Fraga, no entanto, retrucou e disse que faltou diálogo com os parlamentares. "Eu entendo a sua insatisfação na convocação, mas isso ocorreu em face da demora, faltou diálogo em relação ao decreto das armas", afirmou.
Ironicamente, o deputado afirmou ainda que estiveram diversas vezes no gabinete do ministro e que “de lá saímos com uma notícia boa porque o senhor não imagina a angústia dos CACS do nosso país, todos angustiados em perder os nossos negócios; saíamos bem satisfeitos”. “A gente dava a notícia aqui e a coisa não andava", ironizou ainda.
Acompanham o ministro o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e da Polícia Federal Rodoviária, Antônio Oliveira, o secretário-executivo da pasta, Manoel Carlosos, e os secretários de Direitos Digitais, Lílian Cintra de Melo; Assuntos Legislativos, Marivaldo Pereira; Segurança Pública, Mario Sarrubbo; e Políticas Penais, André Garcia.