Rebeldes na Síria entraram hoje na cidade de Aleppo após uma intensa ofensiva surpresa iniciada nesta semana, que fez com que forças antagônicas do regime de Bashar al-Assad entrassem na principal cidade do norte do país após terem sido expulsas do local há oito anos na última guerra civil síria.
Combatentes do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) lançaram uma grande ofensiva no início desta semana a partir de sua base na zona rural de Idlib, no noroeste da Síria. O grupo precisou de apenas três dias para que os combates chegassem a Aleppo, com os rebeldes capturando territórios nas periferias da cidade pela primeira vez em quatro anos. Em resposta, o governo da Síria realizou ataques nas áreas controladas pelo HTS.
A agência estatal de notícias da Turquia, “Anadolu”, disse hoje que os rebeldes haviam entrado em Aleppo, enquanto imagens e vídeos não verificados circulando online mostravam veículos blindados e militantes uniformizados armados nas ruas da cidade e pessoas supostamente ligadas ao HTS derrubando cartazes e símbolos ligados ao regime de al-Assad.
Segundo David Carden, coordenador humanitário regional adjunto da ONU para a crise na Síria, os combates nos últimos três dias resultaram na morte de 27 civis, incluindo oito crianças.
Os rebeldes conseguiram avançar rapidamente pelo norte do país e conquistou uma base militar, armamentos e tanques das forças do governo sírio. Alguns grupos rebeldes sírios apoiados pela Turquia, baseados em outras regiões do noroeste da Síria, também se uniram aos combates.
A ONU disse que as forças do governo sírio realizaram pelo menos 125 ataques aéreos e bombardearam áreas controladas pelos rebeldes em Idlib e no oeste de Aleppo em resposta à ofensiva. Os ataques mataram pelo menos 12 civis, feriram outros 46 e deslocaram 14 mil pessoas.
O governo da Síria é apoiado pela Rússia e hoje o Kremlin declarou que deseja que o governo sírio restabeleça a ordem constitucional na região de Aleppo o mais rápido possível.
A Rússia é a principal aliada do presidente Bashar al-Assad e interveio militarmente no país contra os insurgentes em 2015, na maior incursão do país no Oriente Médio desde o colapso da União Soviética. A Rússia atualmente mantém uma base aérea e uma instalação naval na Síria.